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10 dicas para lidar com a birra


Você tem vontade de sumir, quando seu filho tem um ataque de birra e se joga no chão?

A birra é uma forma da criança expressar alguma necessidade que não esteja sendo atendida ou algo fora da rotina. Ela pode estar com fome, sede ou cansaço. Ou pode ser algo que ela não queira fazer ou que deseje muito, naquele momento e, por alguma razão, não está recebendo.


Como a criança não sabe falar e, ainda, não tem o domínio das suas emoções, ela faz birra, gritando, chorando, se jogando no chão, dando aquele espetáculo que nós, pais, temos pavor. Mas a birra, minha gente, faz parte do repertório das emoções infantis e é um comportamento adotado pelas crianças entre 1 aos 4 anos, como forma de expressar seus sentimentos, emoções e vontades.


Normalmente, a birra tem sua fase mais crítica lá pelos 2 anos, por isso, esse período é chamado de “Terrible two”, uma expressão em inglês que significa “os terríveis dois anos”, porque essa fase exige muita calma e paciência por parte dos pais ou responsáveis pela educação da criança.


Mas o que alguns pais não sabem é que a birra é uma das primeiras formas da criança demonstrar sua raiva ou descontentamento. Pode parecer estranho ouvir que uma criança sente raiva, mas isso acontece sim, porque elas são seres humanos com emoções e sentimentos.


Usando uma linguagem mais científica, durante a birra, há o que os especialistas chamam de “sequestro da amígdala”. Calma! No caso, estou me referindo à amígdala cerebral que é uma glândula localizada no nosso cérebro e é uma das estruturas neurais mais importantes, responsável pelas emoções básicas.


Os especialistas explicam que, na hora exata da birra, a criança perde o controle e descarrega toda sua emoção e fúria por meio do choro, dos gritos e da agressividade. Por isso, chamamos de sequestro, por ser uma ação involuntária da criança, já que ela perde o controle das emoções. Nessa hora, há o que chamamos de encharcamento de hormônios no cérebro.


Você pode achar estranho, mas a birra já é o início do desenvolvimento da inteligência emocional das crianças que vai sendo trabalho para que elas alcancem equilíbrio das emoções na fase adulta.


Quanto à frequência, a birra pode se repetir várias vezes ao dia ou pode ser espaçada, durante a semana, porém, se seus filhos fazem birra mais de uma vez por dia ou com muita repetição, fiquem atentos!


O ‘X’ da questão é que alguns pais não sabem como agir e entendem a birra como uma simples pirraça e acabam piorando a situação para ambos os lados. Gritam, batem e ficam mais nervosos do que os filhos.

Eu, também, já enfrentei esse tipo de comportamento, por isso, acredito que é importante os pais estarem preparados, para lidar com a birra, usando a gentileza e a firmeza, mas mostrando para as crianças que o mundo não gira ao redor delas. Por isso, trouxe 10 dicas para te ajudar nesse desafio: Dica número 1 - Mostre empatia. Evite gritar ou brigar, porque essa atitude vai deixar a criança ainda mais nervosa. Fale claramente que está entendendo que algo não vai bem, mantendo a calma e demonstrando que você está ali para ajudá-la.

Dica número 2 - Acolha a emoção da criança. Evite banalizar o choro e dizer que não é nada, mas isso não significa que o desejo da criança será atendido, mas entendido.

Dica número 3 - Use a Pausa positiva. Dar um tempo pra criança se acalmar, para depois, conversar com ela. Isso vale para você, também. Se puder se afastar com a criança e sair para um local reservado, para que não haja julgamento nem críticas de terceiros é uma ótima opção. Não adianta insistir, enquanto a birra estiver no ápice porque cabe aos pais, adultos na relação, manterem o autocontrole.


Dica número 4 - Estabeleça limites! Alguns comportamentos são abusivos, durante a birra e não podem ser aceitos. Por exemplo, no caso da criança que bate nos pais. É necessário um limite e um "não sonoro" deve ser dado, usando a autoridade parental que cabe aos pais.


Dica número 5 - Garanta a segurança da criança, cuidando para que ela não se machuque na hora da birra, quando fica totalmente descontrolada. Algumas crianças se jogam no chão, batem a cabeça, porque as crianças não possuem neurônios suficientes, para realizar conexões neurais e retomar o controle rapidamente.


A dica número 6 é peça um abraço, para quebrar o padrão da raiva e acalmar a criança, porque isso gera conexão.


Beba água é a dica número 7. Pode parecer bobeira, mas quando a gente para e bebe água, ocupa a boca e não sai falando aquilo que não queria, como gritar, acusar a criança ou qualquer outra coisa que possa piorar a situação.


A dica número 8 é escute. Use a escuta ativa que é quando a gente escuta para entender e não só para responder. Isso ajuda muito a alcançar o que as crianças estão tentando dizer.


Dica número 9 é tire o foco. Se seu filho tá fazendo birra porque deseja algo que não pode naquele momento, tire o foco do problema. Em vez de ficar dizendo não o tempo todo, contrariando a vontade da criança, chame a atenção dela para outra coisa que seja possível atender na hora. Um brinquedo, uma imagem, um animal. Super funciona porque você troca a lente da atenção da criança.


E, por último, a dica número 10! Use a Comunicação Não Violenta. Se você não sabe do que se trata, é uma abordagem desenvolvida no século passado por Marshall Rosenberg e disseminada, cada vez mais, dentro das famílias e no mundo corporativo. Com a comunicação não violenta você consegue se expressar de forma assertiva, mantendo o respeito mútuo.


Eu sei que parece difícil, mas aproveitem esses momentos de crise, porque são oportunidades de aproximação e de aprendizado.


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Sempre digo que não escolhemos a forma como fomos educados, mas podemos decidir como vamos educar nossos filhos. E você, qual será a sua escolha?


Um abraço e até o próximo artigo!

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