Você perde noites de sono com seu filho porque ele vai pra sua cama com medo de dormir sozinho? Já não sabe mais o que fazer pra acabar com o monstro que mora embaixo da cama dele ou atrás do armário?
No artigo de hoje, vou te dar dicas sobre como reverter esse quadro e acabar, de uma vez por todas, com esse terror noturno!
Todo mundo já sentiu ou sente medo um dia na vida. Medo de uma situação que nos deixa inseguros, de algo novo, de altura ou de barata!
Eu fico aqui pensando sobre quantas vezes senti e sinto medo... Ih! Muitas! Às vezes, por coisas que realmente fazem sentido, mas, em outras, por questões que não valem nenhuma ruga no meio da testa. E isso acontece com todo mundo. Nem sempre, estamos preparados para enfrentar todas as situações. Por isso, é normal que os nossos filhos tenham medo de algo desconhecido ou daquilo que gere desconforto.
Pensa aqui comigo… Seu filho viveu 9 meses dentro da sua barriga em um ambiente confortável, quentinho, sem hora pra comer ou pra dormir. Você já parou pra pensar que crescer pode ser um processo desafiador e que gera insegurança?
O terror noturno, o medo de dormir sozinho ou o medo do bicho papão do quarto é um indicador de que seu filho precisa de ajuda pra entender essa situação e desenvolver habilidades emocionais. Em vez de você enxergar isso como um problema e chamar seu filho de “bobinho ou medroso”, perceba que essa é uma excelente oportunidade de desenvolvimento da autoconfiança, da autoestima e de ampliação da confiança e da conexão entre vocês.
E pra te ajudar a lidar com o monstro que aterroriza seu filho, vou dar algumas dicas:
A primeira delas é não menosprezar ou rir do medo do seu filho. Acolha o sentimento que é real, mesmo sabendo que o monstro não existe. Sim minha gente, pra criança, tudo é real e a fantasia se mistura com a realidade. Uma ótima saída é acolher e mostrar que, de fato, enxergamos pouco no escuro e podemos nos confundir.
A segunda dica é apoiar seu filho, buscando saídas para lidar com o medo. Quer ver um exemplo? Você pode sugerir uma aventura, para explorar o quarto com uma lanterna, e mostrar que não há monstros atrás do armário ou embaixo da cama. É importante seu filho entender que está seguro e que não há riscos de um monstro se esconder dentro do quarto.
Ouvir a criança com atenção e observar se há motivos reais para o medo é a terceira dica. Ela pode ter visto algum inseto, mariposa ou outro animal qualquer que, na imaginação dela, se amplia e vira um monstro de verdade. A lente da percepção da criança é diferente da do adulto.
Já aconteceu de você retornar a algum lugar que você frequentava quando era criança e pensava que era enorme, amplo e hoje achar tudo tão pequeno? Pois é. Isso é normal acontecer e a criança amplia mesmo.
A quarta dica é tomar cuidado pra não aplicar rótulos do tipo “você é corajoso” ou então “você já é uma mocinha, não precisa ter medo”. Ou ainda, dizer pra criança frases do tipo “não precisa ter medo” ou ‘deixa de besteira”. Isso gera uma cobrança interna na criança de que ela tem que dar conta e não pode expressar suas emoções ou fragilidades. Ninguém é forte o tempo todo, independente da idade. Encoraje seu filho a resolver o medo aos poucos. Mantenha o foco em identificar as razões pelas quais a criança está com medo, em vez de reclamar e rotular a criança, porque isso não ajuda em nada.
Evitar superproteger também é uma dica valiosa. Cabe aos pais cuidar da segurança dos filhos, permitindo exposição supervisionada e saudável, porque vai fortalecer a autoconfiança dos pequenos.
Um ponto super importante é que nós, pais, precisamos tomar cuidado, para não usar o medo como forma de ameaça, para impor limites. Alguns pais, sem perceber, criam cenários que as crianças acreditam, de verdade, e passam a viver aquela realidade, afinal, confiam em seus pais. Por isso, pais que utilizam frases do tipo "o bicho papão vai te pegar" ou “fecha os olhos e dorme, senão a bruxa vem aqui no quarto” na tentativa de controlar a criança não percebem que contribuem com inseguranças na vida real. Explique o motivo verdadeiro pelo qual a criança deve seguir sua orientação, para que ela atenda de forma colaborativa e não por medo.
Sabemos que os pais não agem por mal. É apenas uma maneira ineficiente de gerir a situação, sem identificar que estão afetando a autoestima dos seus filhos. Uma boa estratégia é demonstrar empatia e se colocar no lugar da criança. Acolher a emoção, identificar e nomear junto com a criança reduzirão a imaginação de contextos limitadores assumidos por ela. Mas o fato é que não é fácil lidar com o medo, porque ele nos paralisa e inibe o que há de melhor em nós.
Sentimos medo por inúmeros motivos: medo de errar com alguém, de não atingir um objetivo, de falar em público, de mudanças no trabalho ou na vida pessoal. São muitos medos, eu sei! Se pra nós, adultos, é desafiador enfrentar o medo, como é para a criança, pra quem tudo é novo e um aprendizado?
Mas cá pra nós: quantas vezes já parou pra pensar sobre os medos do seu filho? O ponto não é só identificar o medo da criança, mas apoiar seus filhos no encorajamento e melhoria da autoestima.
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Sempre digo que não escolhemos a forma como fomos educados, mas podemos decidir como vamos educar nossos filhos. E você, qual será a sua escolha?
Um abraço e até o próximo artigo!
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