Educar é um desafio diário e, nem sempre, pais e filhos conseguem manter o equilíbrio e acabam perdendo a calma e deixando algumas situações mais estressantes do que já são.
Ficar ansiosa é normal e muito comum, quando a criança se depara com alguma situação diferente da rotineira ou que provoque uma mudança relevante na sua vida.
Como as crianças de hoje recebem muitos estímulos – excesso de informação, tecnologia, atividades esportivas, aulas de idiomas - falta tempo para brincar livremente. A agenda sobrecarregada faz com que a criança fique desconectada e isso é extremamente prejudicial, porque gera um padrão muito acelerado, de competição e de comparação.
Como você não conta com informações vindas diretamente dos seus filhos, é importante identificar o que está provocando a ansiedade nos pequenos e ajudá-los a lidar com as causas. Uma atitude que vale a pena é fazer a linha do tempo. Você pode voltar no tempo, uns dois anos e tentar mapear o que está gerando a ansiedade nos pequenos. Uma mudança de babá, separação dos pais, falecimento de algum ente querido...
Existem quatro passos importantes que ajudarão no desafio de apoiar seus filhos com as emoções:
Primeiro, é identificar a emoção, o que a criança está sentindo;
Segundo, é nomear a emoção, no caso, a ansiedade;
Em terceiro lugar, acolher a emoção, aceitar o que a criança está sentindo.
E, por último, seja empático e mostre que você também já se sentiu ansioso como ela.
Um alerta é que ansiedade demais gera alguns distúrbios na infância que se potencializam na fase adulta e que precisam ser acompanhados por um psicólogo infantil, como por exemplo: dificuldade para dormir e se concentrar, isolamento social, roer unhas, enurese noturna (que é quando a criança volta a fazer xixi na cama), hiperatividade cerebral, distúrbios na alimentação entre outros. Tudo isso merece atenção porque pode ser somente a ponta do iceberg.
Para ajudar, segue uma dica de exercício para você realizar junto com seus filhos:
Respirar ou meditar - Peça que a criança se sente no chão em uma almofada e relaxe o corpo. Você pode se sentar ao lado dela para dar apoio. Ensine a manter a coluna reta e os braços apoiados nas pernas. Faça junto com a criança três respirações profundas, inspirando e expirando lentamente. Deixando o ar fluir e a ansiedade dissolver. Use os comandos do tipo: “Encha o balão. Esvazie o balão. Encha o balão. Esvazie o balão”.
Tente manter a criança nesta posição, respirando por três a cinco minutos. Se ela suportar mais tempo, pode deixar. É claro que é preciso bom senso: não espere que uma criança pequena vá ficar 10 minutos paradinha, em silêncio. A partir dos 2 ou 3 anos, já é possível guiar a criança por esse caminho da respiração ou meditação com atitudes bem simples. É preciso, porém, respeitar a maturidade emocional dela e não forçar a situação. Uma boa medida é verificar se seu filho já consegue acompanhar uma história com concentração, que pode ser usada para introduzir a meditação de forma lúdica na infância.
Apenas fechar os olhos, respirar e inspirar não é um atrativo para a criança. Mas, ao criar um ambiente mágico e lúdico, ela começa a acompanhar, sente que aquilo é gostoso e se interessa cada vez mais. As histórias conversam com as emoções e os sentimentos das crianças.
Incentive seu filho a preparar um local adequado para praticar. Pode ser um espaço reservado dentro do próprio quarto, com luz reduzida, arejado e silencioso. Deixe a criança participar da preparação desse local, assim, ela se sentirá inserida no processo e mais confortável.
Para concluir, pergunte a ela como está se sentindo e peça para explicar. Essa atitude vai fazer a criança se ouvir e se acalmar. No geral, as crianças entre 6 e 7 anos já conseguem identificar as emoções do corpo e perceber que estão ansiosas. Mas fique atento para não demonstrar nervosismo frente à situação, pois esse comportamento deixará a criança ainda mais ansiosa.
Lembro que a ansiedade pode surgir tanto por motivo bom quanto ruim. Quando a criança está ansiosa com um passeio na escola, por exemplo, é uma ansiedade por uma causa positiva que representa a novidade ou como será divertido! Já a ansiedade por uma prova é do tipo negativa que pode mascarar o medo e a insegurança.
Aproveite esse momento para aumentar a conexão com seus filhos e relaxar. No mais, respira e não pira!
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Não escolhemos a forma como fomos educados, mas podemos decidir como vamos educar nossos filhos. E aí, qual a sua escolha?
Forte abraço e até o próximo artigo!
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