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Síndrome da criança superpresenteada


Você acredita que dar presentes para seus filhos faz com que eles se sintam mais amados? Você gasta o que não tem, para comprar presentes, acreditando que precisa compensar o tempo que não está com eles? Já parou, para pensar que o excesso de presentes alimenta o consumismo nas crianças?


Eu sei que, muitas vezes, queremos dar aos nossos filhos condições e oportunidades melhores das que tivemos na infância. A gente se sente responsável por dar a eles tudo de bom e do melhor e alimenta a crença de que é uma obrigação nossa dar um “up grade” na vida dos filhos em relação a que a gente teve.


E pra te ajudar a responder a essas perguntas, escrevi este artigo, pra falar sobre crianças superpresenteadas. Isso é positivo ou negativo pra elas?


É totalmente natural e intuitivo desejar dar e fazer os melhor para nossos filhos, mas o importante é a gente medir a dose e o que queremos, de fato, dar para nossos filhos. Cada pai e cada mãe tem a autoridade parental e soberania, pra decidir se vai ou não presentear seus filhos. A ideia não é criticar, mas levantar um ponto importante pra gente pensar.


Qual herança queremos deixar para nossos filhos? Educação, saúde? Valores como honestidade, amizade, responsabilidade, disciplina, solidariedade e muitos outros ou o excesso de bens materiais como brinquedos, smartphones de última geração, roupas de marca, enfim...


E o ponto que quero trazer para reflexão é que sim, possível, a gente oferecer todos os recursos e bens para nossos filhos, mas desde que não se esqueça do maior presente e mais importante pra eles: nós mesmos!


Você pode achar que eu estou exagerando ou que estou sendo “mão de vaca”, mas isso não é invenção da minha cabeça não. Falo com base em estudos e por experiência. Deixa eu contar uma história.


Uma vez, quando minha filha era adolescente, eu tinha comprado um celular pra ela havia pouco tempo e ele estava novinho e em perfeito funcionamento. Daí, saiu um modelo novo e ela insistia que queria trocar e ficou me pedindo. Depois de muito sim e não, concordei que ela podia trocar, desde que ela assumisse a compra do novo.


Na época, eu dava uma mesada pra ela e, então, sugeri que compraria o aparelho novo e que o valor seria descontado, mensalmente, na mesada dela. Perguntei se ela concordava e se achava justo, já que não havia necessidade da troca. Ela concordou e, assim, foi feito, em suaves prestações.


Você pode ficar chocado com essa minha atitude, mas eu vou afirmar pra você que essa foi a melhor maneira de mostrar e ensinar a ela sobre a importância da gestão financeira, da autorresponsabilidade e do consumo consciente.


Mas, se ainda assim, você achar que fui muito severa, uma recente matéria publicada no site brasileiro do El País trata sobre a “Síndrome da Criança Superpresenteada” e como isso afeta, negativamente, a criança. Segundo a pesquisa, “Crianças superpresenteadas desenvolvem menos a imaginação e a tolerância à frustração”, porque recebem mais do que necessitam. Ou seja, em todo excesso existe uma falta, já dizia Freud.


Alguns pais tendem a querer compensar a falta de tempo, o cansaço, a sobrecarga no trabalho com excesso de presentes, com a crença equivocada de que podem “comprar” o amor de seus filhos.


Mas gente, é muito importante ficar atento a esse comportamento que pode ser nocivo aos seus filhos porque cria a falsa impressão de que os pais estão suprindo todas as necessidades das crianças por meio de bens materiais. Além disso, as crianças superpresenteadas podem se tornar manipuladoras, acreditando que todos têm a obrigação de atender às suas necessidades custe o que custar.


A qualidade dos momentos que passamos juntos e o amor que dedicamos aos nossos filhos são os melhores presentes e são grátis. Não têm preço, mas têm valor e nos aproximam deles.


Você pode estar se perguntando se precisa de tanta informação pra educar e se é mesmo necessário estudar pra ser pai ou ser mãe. Eu vou responder que estudamos por inúmeras razões. Pra passar pra faculdade, aprender um idioma, se aperfeiçoar profissionalmente. E pais não nascem com bola de cristal e, por isso, vale a pena se aprimorar.


Meu objetivo é capacitar pais e responsáveis na gestão de comportamentos e emoções, desenvolvendo autodisciplina, responsabilidade, cooperação e inteligência emocional das crianças, para a solução de problemas do dia a dia. Se você avaliar que precisa de apoio, fale comigo.


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Não escolhemos a forma como fomos educados, mas podemos decidir como vamos educar nossos filhos. E você, qual será a sua escolha?


Um abraço e até o próximo artigo!

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